sábado, 14 de julho de 2012

Capítulo 5 - A homestay

Os primeiros dias na minha homestay foram tranquilos. Não tinha muito contato com eles, já que eu estudava e eles trabalhavam. Eles tinham uma filhinha de 3 anos, na época, e eu brincava com ela de vez em quando. Ela não interagia muito, pois sua mãe falava com ela em espanhol e seu pai em alemão. Nesse caso, fiquei um pouco frustada, já que pedi uma casa com crianças, pois geralmente aprende-se muito com elas. A menina era linda, mas não falava nada em inglês. Sofri um pouco com a comida também, não gostava muito do que a "mãe" da casa fazia... Mas não tinha problema, pois eu podia pegar um sanduíche e tudo estava resolvido. Outro fator que me frustrou foi o fato do "pai" da casa ter me dito que eu não tinha permissão de levar amigos para casa dele, a não ser que fosse das 7 as 8 da noite. É mole? Fiquei chateada mas segundo ele, era preciso prezar pela imagem da filha dele de apenas 3 anos! Depois de 2 dias nessa homestay o "pai" precisou viajar. Ele me disse que a sogra dele estaria chegando no mesmo dia, ela morava na Flórida, EUA. Pois bem, a sogra chegou e com ela o desastre! ahaha A sogra era um amor de pessoa, mas advinhem? Ela não falava uma palavra em inglês, só espanhol. Acordei com um Buenos dias e fiquei perplexa. E agora? Tentei ser paciente e ver se depois a situação melhorava, mas ela, a filha e a neta só falavam espanhol o tempo inteiro. Sonhei tanto com a minha homestay, em ouvir inglês o tempo inteiro e exercitar meu 'listening', mas pelo jeito isso não seria possível. Passaram-se alguns dias e apesar da "mãe" da casa falar inglês comigo, eu não estava satisfeita com a situação. Lutei tanto pra ter aquela experiência, por isso resolvi procurar ajuda na minha escola. Alguém me falou na escola que eles dificilmente mudam a homestay, só quando se trata de algo extremo, como brigas ou mal-trato. Muitos alunos tentam mudar de homestay por causa da comida ou até mesmo pela cultura da família, mas se todos mudassem por isso, a escola teria grandes problemas mudando os alunos. Por isso, pensei a príncipio que eles não me dariam ouvidos, falei pra eles o que estava acontecendo, e eles me disseram que eu mudaria de homestay no dia seguinte. Eles me explicaram que as pessoas que se cadastram pra receber alunos sabem que a Língua Inglesa deve ser usada a todo momento e que era um direito meu mudar, já que eu não estava satisfeita. Fiquei feliz, mas o pior estava por vir. Tive de ir pra casa e enfrentar a "mãe". Ela estava bem nervosa quando eu cheguei, ela pediu pra eu sentar e começou a conversar comigo. Falou que não gostou do que eu fiz, que era bobagem minha e que a partir daquele momento ela poderia ter problemas com a escola. Eu pedi desculpas, disse que minha intenção não era criar problemas pra ela, eu só havia dito a verdade. Depois disso, disse que ela não conhecia minha história e que diferente de muitos outros estudantes que ela já havia recebido, aquela era a minha única chance, e que eu não tinha pai rico. Falei que entendia a raiva dela, mas que não ficaria me sentindo culpada pois sabia muito bem tudo que havia passado pra chegar até onde cheguei. Fiz minhas malas e depois de 1 semana na homestay espanhola/alemã fui encontrar minha nova família.
Diferente da primeira família, minha nova família era bem mais tranquila que a primeira, sem muitas restrições, muita simpatia e calor humano. Eles eram canadenses descendentes de italianos e gregos. Agradeço a Deus até hoje por ter me dado coragem e determinação pra fazer a reclamação, foi a melhor coisa que fiz! 
 
    Primeira homestay
   Segunda homestay
   Meu "brother"
      Minha "mãe" e "pai" canadenses.

sábado, 14 de abril de 2012

Capítulo 4 - ILSC (International Language School of Canada)

Depois de um fim de semana muito frio, emocionante e confuso ao mesmo tempo, chegou a hora de eu matar a minha curiosidade e ir para a escola. Acordei cedinho, tomei um banho rápido, (já que não era permitido demorar) tomei café da manhã e fui para escola. A aula começava as 9:00 horas. Peguei o metrô e cheguei na escola em 35 minutos, as 8:45. A escola ficava bem localizada, perto da estação de St. Patrick na University Street. Assim que sai do metrô, atravessei a rua e lá estava ela: a tão esperada escola internacional. Expectativa não faltava, será que vou me decepcionar? Já na entrada havia uma grande concentração de alunos de diversas partes do mundo. Entrei e gostei muito da estrutura da escola. Me mandaram para uma sala no terceiro andar. Fiquei numa sala com mais ou menos 12 pessoas. Uma professora da Tailândia veio falar conosco a respeito do primeiro dia de aula. Fizemos uma prova de nivelamento de 40 questões, mais uma redação. Tivemos um intervalo, e nele pude perceber a quantidade de brasileiros que estavam ali. Vi muitos orientais, franceses, colombianos e brasileiros, é claro! Comecei a conversar com algumas pessoas e já no primeiro dia, conheci pessoas que tiveram uma participação indispensável na minha estadia lá. Conheci umas brasileiras bem legais. Não vou divulgar nomes, já que o principal intuito é passar um pouco da minha experiência no exterior para pessoas que querem viajar ou simplesmente tem curiosidade sobre como é a vida em outro país. Logo depois da minha prova escrita, tive uma entrevista com uma das professoras de lá. Ela era canadense e me deixou bem a vontade. Conversamos rapidamente e ele me perguntou sobre minhas expectativas e primeiras impressões. Não parecia, mas ela estava avaliando meu inglês. Depois dessa conversa, ela elogiou meu inglês e disse que no dia seguinte eu teria o resultado da prova escrita e oral. 

Saindo da escola por volta do meio-dia  fui com alguns brasileiros para o Eaton Center no street car (bondinho). Almoçamos no shopping, passeamos e trocamos telefones, muitas experiências e expectativa. Cada um com um sonho, um foco, uma motivação para seguir em frente. No fim da tarde retornei para minha homestay e conversei com a família a respeito do meu primeiro dia de aula. Assisti ao jornal local e vi o clima dos dias que estavam por vir. Na terça-feira foi bem mais sossegado para chegar a escola, o caminho ficou bem fácil. Chegando lá, descobri que tinha ficado na sala de Avançado 1, o que foi uma grande alegria pra mim, já que essa era a penúltima turma da escola. Isso significava que todo meu esforço não havia sido em vão. Sairia com um diploma em inglês avançado! Conheci minha turma e adorei! Havia 4 brasileiros contando comigo, alguns franceses, 2 suíças, 1 japonês, 1 coreano. O professor era canadense, e muito divertido! A escola superou as minhas expectativas! Agradeci mais uma vez ao universo por eu estar ali! 


                                                              Brazucas na ILSC

                                                        Turma de avançado I

                                                                   My teacher!


                                                                    Ai que frio!




                                                               University Street