domingo, 12 de junho de 2011

Capítulo 2 - A viagem rumo a Toronto - Canadá

Depois de tantas despedidas, vamos arrumar as malas! O que devo levar? O que vou precisar vestir num frio de -10°? Essa foi uma das partes mais difíceis. Para uma sergipana que não sabe o que é um casaco de frio, ficou complicado arrumar as malas. Mas com a ajuda da mamãe, e de uns amigos consegui. Comprei meias fio 80 (bem grossa pra usar por baixo da calça jeans), botas, casacos e até pedi pra uma tia de São Paulo comprar um casaco de couro pra mim. Tudo pronto? Não, os documentos são bem importantes! Arrumei tudo e coloquei na minha bolsa para que ficasse bem acessível. 

A hora mais difícil chega, a hora de dizer adeus a família. Choradeira, tremedeira, medo e euforia, tudo junto. Não dá tempo de desistir, mas eu nem queria. Vou em busca do meu sonho, vou por aí, nesse mundão de Deus! 

                      Imagem de Aracaju, tirada do avião da Tam
                            Check-in em São Paulo
                            Avião da Air Canada


Capítulo 1 - O início do sonho

Olá, caros leitores! Decidi contar um pouquinho da minha história através desse blog. Sempre tive o sonho de viajar e aperfeiçoar meu inglês. Esse sonho começou a tomar formato em agosto de 2007 quando depois de 6 meses ensinando na garagem da minha casa consegui juntar uma grana legal. Pensei em ir para os EUA a princípio, mas como não conhecia ninguém que vivia lá, pensei que fosse melhor procurar ajuda de alguém que já havia viajado para um país de língua inglesa antes. Entrei em contato com um conhecido da minha família, que morou no Canadá 2 anos e meio, Fábio. Ele havia recém chegado de lá e gentilmente me deu todas as dicas necessárias para que eu começasse o processo para o intercâmbio. Quando me dei conta, já estava ligando para a agência, já estava vendo orçamento, já me pegava vendo fotos do Canadá na internet. Tudo aquilo era bom demais para ser verdade. Eu tinha 19 anos na época, minha mãe a princípio achava que eu ia esquecer de tudo aquilo e que eu acabaria ficando no Brasil mesmo. Mas, teimosa como sou, quando coloco algo na cabeça é bem difícil tirar.

Entre tantos papéis que são exigidos para a obtenção do visto, quase me perdi. Muito burocrático, porém, necessário. A imigração quer ter certeza de que você é uma pessoa de bem, que não vai causar problema para o país tão organizado deles. Pra quem pensa em viajar em breve, fique ligado no site da imigração de qualquer que seja o país que você pretende visitar. Lá tem a lista de documentos necessários. Tive que mandar vários documentos, no meu caso, como eu tinha só 19 anos, meu pai foi meu custeador. Inicialmente, tirei o passaporte, qualquer cidadão tem direito a um passaporte, o carimbo do visto é o que importa para entrar nos países que exigem visto. Eu sempre comparo com a carteira de trabalho, todo mundo tem direito a tirar uma carteira de trabalho, mas se você não tem uma empresa que assine para você, você não tem nada. Bom, tirei o passaporte em Aracaju mesmo, e depois disso comecei a reunir os papéis do visto. Meu pai teve de comprovar renda, então ele apresentou os 3 últimos contra-cheques dele, 3 últimos meses da movimentação bancária, imposto de renda. Eu provei que eu tinha raízes no Brasil. Eles não concedem visto a uma pessoa que não tem vínculos no Brasil. Claro que se for só um visto de turismo, todo o processo é mais fácil, porque seu intuito é só visitar. Mas, eu queria passar no mínimo 6 meses e com o dinheiro que eu estava gastando eu realmente precisava passar no mínimo 6 meses pra valer a pena. Apresentei meu comprovante de matrícula da Universidade Federal de Sergipe, onde curso Letras - Inglês, e uma carta do meu emprego na época num cursinho de inglês, onde eles afirmavam que eu trabalhava lá e que eu queria viajar para aperfeiçoar meu inglês, o que era verdade. 




Enviei todos os documentos para a agência e de lá eles enviaram para a embaixada. Depois de 1 mês na espera, e que espera angustiante por sinal, recebi a notícia que meu visto havia sido aprovado. Nunca conseguirei descrever o sentimento, eu chorava, sorria e gritava ao mesmo tempo. Nossa, eu ia viajar pra o Canadá, eu ia realizar o sonho da minha vida!


Para fazer o intercâmbio eu tive de pagar a escola de inglês e a estadia na casa de família, o que eles chamam de homestay. Assim que paguei, recebi uma carta com o endereço da família onde eu ficaria hospedada e o sobrenome deles, colombiano por sinal. Qualquer pessoa tem direito de escolher o perfil da família que você vai morar por um tempo. Eu escolhi uma que tivesse criança e não-fumante. Você não tem direito de escolher  a nacionalidade da família, por exemplo. Assim que descobri o endereço coloquei no Google Earth e vi mais ou menos onde ficava a casa e a distância da casa para a escola. Mas, não pense que fiz tudo isso sozinha, até porque é bem complicado e não saberia por onde começar. A agência de viagens Flytour de Aracaju foi que providenciou tudo isso. Eles já tem todas as informações necessárias.


Recebi o meu passaporte com o visto carimbado, já estava com passagem comprada, depois foi só despedida atrás de despedida! Essas fotos abaixo são das despedidas que tive na minha cidade natal, Lagarto - Sergipe.


                            Despedida no ônibus da faculdade
                            Ônibus personalizado
                Turma que fazia faculdade de Inglês comigo na época.
                     Minha linda família e o cachorrinho Snoopy
                  Minha grande amiga Verônica no aeroporto de Aju
          Meus amigos e alunos Moisés e Nailda no cursinho de inglês
             Turma de Inglês intermediário 2007 - OACI IDIOMAS
                       Meu ex-patrão e amigo Rusel Barroso